Em cada paisagem
há uma mulher plena de garganta
que sussurra acordes do espírito:
uma mulher é uma mulher é uma mulher
não é uma rosa
(ou uma ideia de rosa)
não é um homem
é um sabre, um orvalho
átrio preso por 100 bilhões de anos
chave que abriu à força os cadeados.
cosendo a linguagem da existência
e não colchas à costura da máquina,
mortes e fogueiras crucificaram paixões
mas feito redemoinho,
tão violento quanto sereno por dentro,
fazemos gérmen do pó
e desde sempre
parimos a imensidão do mundo.