Crava um verso na testa do destino
Põe no saco um punhado de vontade
Veste a força ideal da liberdade
Que o futuro badala o seu sino.
Pois o tempo é também um assassino
Agiota terrível, impiedoso
Que trajado se mostra tão formoso
Aos sonhos que moram na algibeira
É amigo da morte e da poeira
Nada nele é pra sempre grandioso.
Sobe o monte da sorte que plantou
Colhe a calma que a tudo alimenta
A distância mais longe se ausenta
Quando menos se espera já chegou.
Se o acaso ao ocaso apelou
Tudo chega, às vezes sem querer
Seja em forma de dor ou de prazer
Os ponteiros que giram também param
Umas calam e outras vozes falam
No momento que o tempo aparecer.