Nessa onda de BBB
Boi, bala e bíblia
A idade média
Parece viva
Pagando pato
Fazendo dívida
Batendo palma
Pra genocida
Tem veneno no ar
E no prato com comida
Devorando a terra
Ao molho de sangue indígena
Pagando indulgências
Com a própria vida
A censura ensaiando
Um roteiro de arte suprimida
Trabalho escravo
E a tradicional família
Cada vez mais reduzida
Tupis, guaranis, curumins
Kariris, kaiowas
Ainda tem que lutar
Para sustentar
Toda terra que é sua
Por direito
Que ver ser invadida por grileiros
Sedentos por dinheiro
Dispostos a matar
Os rios estão chorando peixes mortos
E os vaga-lumes caindo do ar
O solo já não tem a mesma fertilidade
E o nativo que era caçador
Passou a ser caça
Armados de bíblias
O exercito do satã
Continuam sua missão
De assassinar culturas
Jesuítas de velhos tempos
Pedem votos e dízimos
Gritam que Jesus vai voltar
Mas morrem de medo
Dele chegar
E sua farsa desvendar
Não da mais para esperar
O relógio passa o tempo
Mas a engrenagem não quer mudar
O futuro parece longe
Enquanto o presente é refém do caos
Atolados na areia movediça do conservadorismo
Crianças rebeldes
Se amarram umas nas outras
Formando correntes mais forte que as sanguíneas
Sem pedir licença
Expressam sua liberdade
Derrubando os muros da hipocrisia
E lá vão elas colorindo o mundo
Com grafite e poesia
Pois já sabem que não dá pra esperar
É demarcação de território já
Porque o mar vermelho não vai abrir
Para fascista nenhum passar!