A o frio
Como é maravilhoso
Elegante, charmoso
Roupa nova
Calça ,blusa
Jaqueta e bota
Luva, gorro e cachecol
Um chocolate quente
Em um chalé
Nas montanhas de Campos do Jordão
Aquecido na lareira
Acompanhado de vinho
Queijos e frutas secas
Estirar-se numa cama quentinha
Com travesseiro de pluma de ganso
Coberto com um edredom de pele de urso
Distante da Gélida e crua rua
Onde o papelão é estreito
Sem flashes
O retrato é “imoldurável”
E não tem tapete o suficiente
Para cobrir o lixo
Que ao relento
Dorme próximo a um beco
Fedorento a mijo
A cachaça é o abraço de mãe
A canção de ninar
Que faz o chão ficar macio
Nesse hotel de todas as estrelas
O serviço de quarto
É acordar com um banho de lava jato
E nem da tempo de sonhar com algo quente
Quiçá, chocolate!