O Pinto Calçudo ouviu
um estrondo vindo do céu.
Saiu correndo na mata
fazendo um escarcéu.
Dizendo que o mundo ia
acabar no beleléu.
Os animais da
fazenda acharam estranho aquilo
pois o Pinto era frouxo
tinha medo até de grilo.
A família já pensava
em mandá-lo pro asilo.
Na verdade o pobre pinto
‘tava falando a verdade.
O mundo corre perigo
e contra a sua vontade
se alagará todinho:
morros, campos e cidades.
Quem pensou dessa maneira
foi a Madame Coruja
que olhava lá do alto
aquela cena confusa.
Percebia que o Pinto
tinha sujado a blusa.
Desceu e falou a todos:
– Vamos salvar o planeta!
O Pinto está com a razão
dessa vez não está besta,
Só está precipitado
com a notícia porreta.
Sem entender a história
os bichos se aproximaram
e arreganharam as orelhas.
Os de pernas se sentaram
como se fossem pessoas
e os de penas revoaram.
– O Pinto só assustou-se
com o estrondo do trovão,
Mas isso é só um sinal,
estamos em outra estação.
Não devia estar chovendo.
Não é inverno, é verão.
– Por que isso aconteceu?
Perguntou o Pinto Calçudo.
– É que o gelo derreteu
no pólo norte e no sul,
com o calor que aquece
o mar invadirá tudo.
E também os oceanos
irão invadindo as praias,
vão chegar também no asfalto
pra regar as samambaias
nas varandas dos edifícios
e nos coqueiros as palhas.
– Você também está doida!
Gritou bem alto o Boi Bufa:
– Dilúvio já ocorreu
Deus vai mandar é fagulha.
Vai nos assar nesse forno
que é o efeito estufa.
– É justamente por isso
que o gelo está derretendo.
Falou a Coruja aflita
sem querer perder mais tempo.
Chamou todos para juntos
fazerem um planejamento.
Para salvar o planeta
era preciso plantar
plantas em todos os cantos,
não importava o lugar.
O planeta necessita
urgente reflorestar.
O ser humano precisa
acabar a poluição,
Desmatamento e queimadas,
que ocorrem de montão.
Fazer bom uso da água
sem sujá-la de sabão.
Os animais começaram
a coletar as sementes.
Uns cavavam, outros furavam.
Muito alegres e contentes,
enterravam e cantavam
pra chuva cair novamente.
Depois foram esperar
todas as árvores crescer,
torcendo pro ser humano
finalmente aprender,
que o planeta é nossa casa
sem ele não dá pra viver.
Jotacê Freitas – maio 2007