– Não era isto não.
– Diz então, Marcele, como devia ser?!
Marcele era tão feliz. Que feliz era Marcele.
– Tão feliz, era não, Marcele?
Marcele sabia ser feliz.
– Feliz!
– Triste.
– Feliz!
– Triste.
– Feliz!
– Fez curso de teatro, Marcele?
Marcele comia pão com azeite e sentia cheiro de caldo de sardinha em lata. Tão enjoada vivia Marcele. Marcele era tão enjoada. Que enjoada era Marcele. Marcele sabia ser enjoada.
– Nera não?
Marcele morava sozinha. Chupava espinha e banhava pé. Marcele era manhosa. Que manhosa era Marcele.
– Sim, tão manhosa era Marcele.
Marcele comia pão com azeite, morava sozinha, chupava espinha e banhava pé. Marcele não gostava de festa de aniversário de peixe porque nunca sabia com que roupa ir. Marcele não sabia andar em salão de festa de aniversário de peixe. Qual peixe deveria cumprimentar? Qual conversa ter?
– Marcele não sabia cortar seu próprio enredo. Errava até de nome.