floresta de pelos
no travesseiro
colchão encardido
cílios flutuam
são polens
na manhã sem janela
pentelhos vagueiam
são fiapos
na procissão das formigas
(pausa doméstica)
ando farta
de comer o mundo
tenho festas
na esquina do silêncio
faço cestas
tranço fios de esquecimento
andas farto
de sorver os desencontros
cambaleias
na viela do receio
trazes mate
fazes combustão da dor
varar (n)a madrugada:
existir é rota de colisão