As linhas não me deixam ir além.
“Pare!”. “Continue…” ; “aqui, ali”. “Acabou.”
“Comece”. “Pule.”. “Desce!”. “Não se afaste tanto…”;
“Diminua, para chegar até o final”.
Elas, as linhas, a todo instante gritam pululantes:
“Não saia daqui!”. “Não sa-i-a da-qui!”. “NÃO SAIA DAQUI!”.
Tal qual criança birrenta ou burro empacado
Ou disco arranhado, que não para de repetir!
Eu? Eu não gosto das linhas.
Elas são “limitantes”.
Necessárias, determinantes
Ah, mas pouco estimulantes.
Necessárias…, até determinado instante
Depois, pequenos vôos rasantes
Se nos prendemos apenas a elas
Superfícies flutuantes.
Se as rompemos, nos erguemos
Viveremos além.
E o céu não será
Limite para ninguém!