Com quem dividir
matéria bruta, esponjosa?
Com quem repartir
os frutos do meu corpo?
Como gastar
mil talentos e moedas?
Deem-me sete cavaleiros
sete pares de cavalo.
Deem-me a rosa, o jasmim,
sete folhas de alecrim.
Se são meus estes cabelos
longo tempo se tece em vão
e por tantos sonhos servos
sete amores se perderão.
A quem servir o leite
do meu seio?
A quem doar a água
deste veio?
Sete fios de linha-mãe
sete febres de verão
sete casos de raspão
sete filhos nascerão.
A quem suplicar a última quimera?
A quem legar o limbo desta longa espera?