Estamos indo, sempre indo, de um lugar para outro lugar ou para dentro de nós mesmos, que indica ser o mesmo lugar.
A concrecoisa que se apresenta poeticamente na vertical, com as cores definindo a pontuação do verso, é um fim sem fim.
Este fim sem fim é um andar liberto pelo labirinto que nos leva ao niilismo em formação.
Quando deslocamos monossilabicamente pela estrada que não tem fim, que é a concrecoisa em sua essência, estamos deslocando pelo espaço infinito, como fez o cosmonauta russo Iuri Gagarin, primeiro homem que zanzou pelo ar do além Terra.
O andarilho solitário da Concrecoisa Fui não é um louco.
Ele é a representação da inquietude marcante do devir.
Um dia eu fui
E
Ao ir
Fui só
Mas
Eu não sei bem se fui só
Sei lá se fui
Sei lá se não fui
Só sei que ir tem um fim
Pois
Se ir não tem fim
O fim não vem na luz que vai com o pôr do sol
Ou
No som que vai ao sul
Já não sei mais se fui
Já não sei mais se não fui
O fim vem sem eu ir
Se fui ou não fui
Eis um fim sem fim
Fui…
Antes de ir, pegue a identidade, um lenço e muita grana. Serão indispensáveis.