Não tenho corpo de modelo
Nem seios de escultura
Não tenho nariz, bunda, boca e pernas
de porcelana.
Não nasci flor
Não cresci boneca
Nem fui transformada em princesa.
Meu canto
não é de sereia.
Brinco com versos
Transformo minha lágrima e meu riso
em percurso.
Sou mulher
num mundo cheio de espinhos.
Ás vezes sou luva,
Outras beija-flor
(Confraria Poética Feminina, Penalux, 2016)