Vou além das promessas em teu olhar.
Nas fístulas do novo, deixo meu coração.
Confesso que não é fácil ter desejos meus
Abortar as portas fechadas desse movimento
de ser mulher e só tua.
Fecha-se uma costura sobre meu desejo oculto,
derramado alhures, mas preso em tua vida
sem elasticidade.
Sei do teu querer a mim, essa força frágil
diante do muito que é viver.
Passo noites e noites a desvendar tuas palavras.
Busco, paciente, os sentidos do teu “eu te amo”.
E me exponho às idiossincrasias dessa confissão.
Vem mais silêncio, mais lacunas nessa norma
parcial do verbo amar que escolhe apenas tu.
Declaro-me então fugitiva dessa trama milenar
e fico seduzida pelas portas das ruas.