Meu pai me ensinou qualquer coisa do azul do céu,
mas foi sem palavras que me disse.
Aprendi enquanto ele, distraído, vivia:
colocando os óculos para ler de perto,
saindo para caminhar na beira do mar
E que os versos de Quintana diriam mais,
muito mais que os noticiários, eu soube dele,
menino criado em banca de feira, aos sábados,
de ouvido colado ao rádio de pilha
Alheio a todas as catástrofes, ele me disse sem palavras,
que há o azul do céu que pode com tudo,
e aquela hora de tardinha em que não se vê uma nuvem,
a lua e o sol dividindo espaço
É no que penso quando vacilo.
Fico querendo meu pai,
o azul do céu que pode com tudo
e aquela hora de tardinha