De tão rara, invisível
Escondida entre as folhagens
E tendo a alma tão sensível,
Minha querida ave selvagem
Estranho o nosso contato
Entre duas naturezas distintas
E ao prazer desse ato,
A paixão não será extinta
O outono irá acabar
Nosso sonho, se realizar
E a doce primavera está pra chegar
Das nuvens de volta ao chão,
Do outono ao encontro do inverno
Na dor da desilusão
Conheci o verdadeiro inferno
O choque, nosso inimigo,
A tempestade no paraíso jogou
Rebelou nossos segredos mais íntimos
A vida mudou de cor
Onde está minha águia
De natureza dominadora?
Onde está minha asa
Doce e protetora?
Você me abandonou
Da forma mais fria
E a minha dor, relato
Com papel e tinta
Anos se passaram
Reconstruímos nossas vidas
Eu, na alegria do verão
E você, em uma estrada indefinida
Não irei negar
Que sinto a sua falta
Mas não adianta voltar
Pois sabemos o que somos
E o que queremos
Por isso, erramos
Ao ignorar que ambos amamos