Ô marinheiro, pra onde é que tu me levas
Não tenho pressa
Me leve na maresia
No seu regalo
Sou sua isca
Vento norte
Ô marinheiro, na manha que tu manejas
Ô marinheiro, já se ver rompendo o dia
O mar tá calmo
Mas você sequer vacila
Na sua vela
Tu me giras pelo remo
Ô marinheiro sou seu mastro e seu sargaço
Ô marinheiro a cidade se aproxima
Finca-te a ela
Pois o tempo vai virar
Deite ao meu lado
Deixa que eu conduzo essa
Visgo
Arremessa
Flecha eu que vou puxar
Ô marinheiro o farol se vai ao fundo
Findei-te e a ânsia
Antes de findar o dia
A sua frente
Céu vermelho
Virgem mata
Ô marinheiro se te perdes mundo afora
Ô marinheiro quem no dorso tu navegas?
Leva o meu cheiro
Que na pele tatuou
Contracorrente
Nem salitro
Nem mil Veras
Ô marinheiro haverão de te vingar…
Do disco ‘Divina Graça’ 2016