O tempo tange meus mortos
nesta tarde feita de febres.
E os morcegos amam-se nos portos.
O tempo rabisca teoremas
no peito pedra do homem
onde fantasmas me consomem.
O tempo tece segredos
que partem em navios
cheios de brisas e medos.
O tempo sagra o samurai
que repousa a espada
nas mãos cáusticas de seu pai.
O tempo tarda meu cansaço
e a vida é um verso tordo
escrito na pele com pena de aço.