Castro Alves é preciso
Que o Presidente Sarney
Lhe veja com Paula Ney
Criticando sem sorriso
Fazendo arder o juízo
Para tomar mais cuidado
Deixar de fazer coitado
Peregrino, migrante
Corrigindo nesse instante
Esse seu plano Cruzado
Chame Zé do Patrocínio
Legítimo pai da família
Pra criticar em Brasília
O grupo sem raciocínio
Convoque Lopes Trovão
E na mesma ocasião
Chame Nabuco pra perto
E diga, errei Presidente
Quando pedi cegamente
Para o cruzado dar certo
Funaro disse, eu não minto
O povo levou a sério
O Brasil hoje é um Império
Nos velhos tempos do quinto
Aquele quinto mal visto
Que fez Tiradentes um Cristo
Para ser esquartejado
Sarney hoje está assim
Querendo ver nosso fim
Com o seu plano cruzado
Já estou sem energia
Não consigo mais lutar
Mas você pode ajudar
Principalmente a Bahia
Você que aqui viveu
Com talento combateu
A maldita escravidão
Era tão bom que chegasse
E também nos ajudasse
Combater a inflação
Você já é respeitado
Ainda não me respeitam
E por isso eles rejeitam
Os versos que tenho cantado
Chamando de anarquista
Revoltado, comunista
Com os poetas populares
Sem procurar entender
Que eles fazem por dever
E são livres os seus cantares
Castro, é grande desespero
Procure nos ajudar
O Brasil vai afinar
De caber num paliteiro
Não vejo a constituinte
Que seja contribuinte
Do lar do trabalhador
De todo lado vem crítico
Mas não se acha um político
Com o seu real valor
Depois da grande vitória
Com a votação incrível
A alta do combustível
Rasgou o mapa da glória
Lembre-se que na nossa história
Não houve este papelão
Esta é uma condição
Difícil de aceitar
Vendo este grupo brincar
De governar a Nação
Eu fiz minha a sua ideia
Faça agora o meu pedido
Veja se na assembléia
Surge um dinâmico partido
Com político requintado
Homem selecionado
Digno, capaz e gentil
Pois este grupo presente
Além de apertar a gente
Vai engolir o BRASIL