Abandonando os jardins
a noite acontece,
pura,
Por baixo das asas de sulfúreas Catedrais:
ruas…
becos…
esquinas…
Em cada pele da calçada
A noite acontece na falência do outro,
Na solidão quente de um sem-corpo invisível,
Sólida maciez de mamas cafetinas…
(solidão)
A noite acontece e a calçada não se esconde
nas pernas,
Nos passos,
Nos rastros
e escarros…
À noite,
a calçada se verve nua
e pronta,
torna-se,
puta, só…
[À noite,
Nua,
Vejo a imagem desse grotesco invisível nas vidraças…
A noite
Puta
cospe o corpo de mulheres e homens
Que me rasgaram com seus restos…
pensamentos e cigarros…]
A noite falece…
a calçada em mim
escorre para onde o tempo
se desmancha.
O corpo tomba,
Apenas Várias direções horizontais…
E a morte passa…
Os restos são mais puros…