À Yemanjá Ogunté e Averequete
A labareda clara da lua incendeia
a solidão da noite, e nada parece
iluminar os olhos do dia. Apenas
uma estrela amarelada apaga
o canto do que poderia ser um samba empretecido
cheio do rio por onde o farol segue o caminho
do azul celeste e branco. De lá, da lua e do farol,
margeiam a bênção em uma só mão navegada:
aquela estendida no leito da fé assentada
em fogo de olhos doces e serenos
de um pescador em busca de alimento.