LILITH
é meu cão
vampiro de mim
meu amor de guarda-chuva
LILITH
é o abismo
dos meus desejos
o sangue que me lambuzo
o ódio contido
a vontade derramada
LILITH
é o meu Deus
com boca de éter
trancado em cofre
de casca de ovo
e cadeado de pérola
LILITH
é o meu medo
brincando de
esconde-esconde
em canteiros de luas
LILITH
é a moldura
sem espelho
da cara da minha alma.
LIVRO FLORES DE FOGO – Editora Nova Primavera, 1994